Diversos gêneros, idades, etnias, opiniões e outros fatores enriquecem os resultados empresariais
Segundo uma pesquisa realizada pela DDI, em 2018, uma empresa específica de análise de dados, confirmou que a diversidade dentro das empresas impacta de forma direta nos resultados empresariais. Bem como aumenta a chance de líderes trabalharem de forma colaborativa, para criar soluções e oportunidades em duas vezes maiores que em empresas que não se preocupam com a diversidade.
Para Mônica Shimenes, CEO da MCM Brand Group, a diversidade proporciona benefícios para uma empresa como é existente na natureza.
“Os sistemas de equilíbrio funcionam perfeitamente e até se autorregulam graças a diversidade, a riqueza de seres únicos que cumprem cada um com sua missão. Nas empresas, como organizações ou organismos, é a mesma coisa. O poder do diferente, pontos de vista que agregam valor, cruzamento de realidades totalmente distintas, tudo isso compõe um ambiente extremamente favorável para a solução de problemas complexos, o que aumenta a vantagem competitiva do negócio”, explica.
Opinião semelhante de Lívia Leite, diretora de gestão de pessoas da Poli Júnior, que fala que quanto mais diversidade na empresa é evidente a geração de resultados empresariais.
“Isso se deve, principalmente, ao fato de que um ambiente que apresenta maior representatividade se torna mais inclusivo e confortável a todos, o que reflete diretamente na satisfação e felicidade dos colaboradores. E os membros são a maior força de uma empresa, são eles que possibilitam que ela se mantenha e, portanto, é essencial garantir que eles trabalhem em um lugar que se sintam motivados e acolhidos”, fala.
Sem contar que uma equipe diversa, seja gênero, etnia, renda, orientação sexual, idade, entre outros, tem mais capacidade de ter diferentes vivências e visões de mundo. Podendo impactar diretamente em uma resolução de algum problema, por exemplo. Ou seja, quanto mais visões e posicionamentos diversificados mais rica poderá ser a resolução. Seja diferentes gêneros, orientação sexual, etnia, opiniões, visões de mundo, qualquer diferença contribui positivamente para as empresas
E Lívia ainda complementa dizendo que “a diversidade também é capaz de tornar as empresas mais competitivas e garantir a elas ainda melhores resultados, que só poderiam ser alcançados através da grande diversidade que temos no país e no mundo”.
Em relação de como é avaliado esta diversidade dentro das empresas, é visto como algo bom que foi melhorando com o passar dos anos e ganhando a sua relevância merecida. Pois, atualmente, há existência de departamentos inteiros para zelar pela diversidade e inclusão, com o objetivo de refletir sobre valores nos produtos, na cadeia produtiva e valorizando o potencial humano.
Entretanto, “avaliamos que ainda há um grande potencial para que a diversidade se torne algo natural dentro das empresas e isso é um processo de transformação que leva algumas gerações, pois mexe com valores arraigados na cultura de algumas organizações e nos valores das pessoas”, fala Mônica.
Já para Lívia, avaliar a diversidade dentro das empresas é algo difícil. Mas a Poli Júnior tem trabalhado em observar a quantidade de membros diversos dentro da própria empresa. É uma avaliação a cada seis meses para analisar os dados referentes a identificar quantidade de minorias e para mapear possíveis situações de desconforto que alguém da minoria possa ter passado.
Mas além de garantir atração e permanência da diversidade na empresa, “precisa ter membros diversos como lideranças e como representantes, além de garantir que, tanto os membros internos quanto as pessoas externas se sintam confortáveis com a presença e com o ambiente da empresa. [...] Acredito que nós, na Poli Júnior, ainda não podemos ser considerados uma empresa totalmente diversa, mas buscamos diariamente mudar esse cenário para sermos cada vez mais inclusivos e representativos”, explica a diretora.
Não é somente criar um evento sobre diversidade ou uma discussão do tema que a empresa terá a característica de ser diversa, mas, sim, ter representatividade, permanência e ascensão de minorias.
Preconceito
Preconceito pode ser um ameaça ao negócio. E é um tema complicado que deve ser tratado dentro da empresa, porque envolve crenças e valores pessoais. O recomendado é ter transparência ao dizer que preconceito não é tolerado no ambiente empresarial.
Caso aconteça, “os líderes devem ser bem preparados para abordar a situação com os times de Gestão de Pessoas, Compliance e até o Jurídico em alguns casos. Nunca deve ser tolerado e para isso a cia precisa ter regras claras e educar o tempo todo”, enfatiza a CEO.
O caminho adequado é buscar ter uma postura de conscientização, capacitar lideranças para identificar atitudes e situações desconfortáveis de preconceito e criar um ambiente de segurança para com os seus membros. Desta forma, eles terão mais confiança para realizar denúncias, seja pessoalmente ou em anonimato.
“Acredito que o posicionamento sempre deva ser tomado buscando garantir que os membros estejam compactuando com a cultura da empresa. Buscamos atuar ativamente nessa ascensão, uma vez que, quanto maior for a nossa representatividade, melhores serão os planos de ação para garantir o melhor ambiente para as minorias”, finaliza Lívia.
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