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Mônica Schimenes - A mulher da semana

Atualizado: 9 de ago. de 2019



Quem é?


Também conhecida como Mônica Zarité;

44 anos;

Formada em Comunicação Social - Relações Públicas;

CEO da MCM Brand Group;

Membro do Fórum de Empresas e Direitos LGBT;

Cantora e palestrante.


“Depois de muitos exames e uma cirurgia de biópsia, recebi o triste diagnóstico: 'você tem câncer de mama e teremos que extraí-la inteira, pois os tumores estão espalhados'. Foi assim que começou a assustadora jornada de uma nova e linda vida! Um ano de tratamento, cheio de dores, invasões, tristezas, cortes, costuras, mutilações e mal sabia eu que a melhor fase da minha vida se iniciaria ali”.



Essa não é a história de como a cantora Mônica Zarité ou a empresária Mônica Schimenes superou um câncer de mama. Por isso, vamos tirar esse assunto da frente com os cinco aprendizados que ela conquistou após uma fase tão delicada..


1. O melhor dia para mudar a sua vida, tomar decisões e aceitar quem você é, é hoje.

2. Não leve tudo tão a sério. A vida pode ser mais leve.

3. Faça escolhas pequenas e curtas, não pense em tão longo prazo.

4. Perder as mamas é uma mutilação, uma dor profunda que vai te assombrar por muito tempo. Mas, olhar para o seu novo corpo e ver a vida que há em você é a chance de transformar a sua existência.

5. Entenda que a sua vida nunca mais será a mesma.


Nas nas palavras da própria autora, os conselhos acima podem se tratar de uma visão romantizada. Mas, a vitória contra o câncer é só um capítulo de uma história que é surpreendente sobre uma pessoa com mais de um talento. Fato é que, quem vê Zarité cantando em um palco, não consegue imaginar que ela passe boa parte de seus dias atrás de uma mesa, resolvendo problemas de logística ou a comunicação visual de eventos. Na vida corporativa, a mesma Mônica, só que a Schimenes, é cofundadora e CEO da agência MCM Brand Group. Foi uma longa jornada entre as madrugadas preparando comida para servir em pequenos eventos até trabalhar ao lado de marcas como IBM, Unilever, Dell e várias outras.


Mas, dentre todos os serviços que sua companhia oferece, talvez o mais interessante seja a política que Mônica chama de Lado B. Basicamente, ela tem como base que os projetos oferecidos para seus clientes pensem em inclusão e diversidade desde o primeiro momento. A relações públicas diz que tudo começou com sua própria experiência dentro do mundo corporativo. A executiva percebeu cedo que ser uma empreendedora era difícil no Brasil.


“Ser dono de uma empresa é aprender a lidar com uma pressão gigantesca só para continuar existindo. Mulheres ainda mais, porque encontramos um preconceito sobre ser mulher e líder”


Com base nesse ponto de partida, resolveu levar o tema além das palestras e conversas no cotidiano de sua empresa. Foi assim que a MCM adaptou o que eram valores em um serviço que pudesse ajudar a ampliar a diversidade em seus clientes. A motivação, segundo a empreendedora, é óbvia: “acredito que as empresas que não tiverem diversidade vão morrer. A criatividade depende dessa diversidade. E também percebemos que essa era uma resposta para uma necessidade e uma dor de vários dos nossos clientes.


A RP afirma que a política é uma forma de devolver aos clientes de forma tática e prática respostas para as questões de diversidade, inclusão e sustentabilidade.

“Antes, a gente só contratava o que chamamos de “menina perfil Fórmula 1: loiras ou morenas de olhos claros, altas e magras. O que percebemos é que a gente excluía tanta gente quando definia que esse era o ‘bonito’”.


Hoje, Schimenes oferece um casting diverso para seus clientes e questiona padrões. Afinal, por que não contratar pessoas cadeirantes, homens e mulheres negros para a apresentação de um evento? Parece tudo muito bonito. Mas, o quão difícil é trazer essa teoria para a prática? “O mundo ainda vive entre o discurso e a prática. Quando você coloca uma trans para a recepção do seu evento, você tem que ter coragem", explica. No entanto, a executiva lembra que há mais pessoas ousadas abrindo portas. "E nós estamos vivendo esse momento mundial de olhar para essa realidade e cada um entender se é isso que eu quero ou não. Porque há um movimento retrógrado também”, comenta a executiva.

A própria executiva explica que faz parte de um fórum de companhias que apoiam políticas LGBT. O grupo conta com 66 empresas signatárias. Dessas, apenas três possuem mulheres em seu principal cargo de liderança. Lembrem-se que estamos falando de um grupo de líderes que estão pensando de forma inclusiva.

Para superar essa e várias outras situações de dificuldade no dia a dia, a executiva afiou o discurso. Ou, talvez o termo certo seria “afinou” o discurso, já que Mônica se orgulha de ter aprendido a cantar antes de falar. O assunto vale uma rápida digressão.


Numa família que tinha um pai regente de coral e uma mãe cantora de ópera, seria difícil acontecer qualquer coisa diferente. Ela conta que se apaixonou pela música aos 4 anos e atuou como pianista, violoncelista, regente de coral e cantora. Também lançou um CD em 2011, intitulado possibilité.


A carreira de Mônica Zarité também a levou a fazer backing vocal para artistas como Marisa Monte, Raimundos, Leonardo e Zezé Di Camargo e Luciano, dentre outros. No currículo temos ainda a participação no show 70+1, em homenagem para Ivan Lins e, em 2018, uma apresentação no palco Bossa Nova, na Virada Cultural Paulista.


E o que a música ensinou para ela? Que é possível levar sua paixão para outros ambientes e dá, sim, ser boa em mais de uma área de atuação. Ela explica: “é curioso que as pessoas acham que a gente só pode fazer um coisa bem feita na vida. Isso veio com a Revolução Industrial, onde cada pessoa precisava focar em apenas uma atividade para produzir em escala. Quando eu digo que sou CEO e cantora, ninguém acredita. Quem me vê no palco, não consegue me ver atrás da mesa. As pessoas nem conseguem imaginar essa possibilidade”.

É aqui que podemos fechar mais esse parêntese com um papo bem reto da Mônica:


“Não há mais espaço para voltarmos para trás, por mais que a gente tenha governos que queiram caminhar para trás, não há mais esses espaços na sociedade. Eu olho para frente e fico mirando em  pessoas que olhem para frente para que elas sejam minha meta. Quero um mundo mais justo, mais igual."


Com base nessa perspectiva, Schimenes cria seu filho para que ele entenda que o mundo é feito de pessoas iguais. Tanto a cantora quanto a empresária procuram olhar adiante para entender que alguns comportamentos não cabem mais e buscar atitudes que ajudem o seu mundo a ser mais diverso e inclusivo. A gente apoia a ideia.

E, antes de encerrar essa edição, sobrou até tempo para fazer uma pergunta a mais:






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